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Santa Francisca Xavier Cabrini, padroeira dos imigrantes |
O filme "Cabrini" (2024), dirigido por Alejandro Gómez Monteverde, muito além de nos revelar a história de Madre Cabrini, líder religiosa ítalo-americana que tornou-se a primeira santa americana reconhecida pelo Vaticano, nos leva a meditar na luta enfrentada pela religiosa, principalmente em razão de ser uma mulher, na linha de frente de iniciativas em um dos locais mais violentos de Nova York, por volta de 1889.
Cabrini, interpretada pela atriz Cristiana Dell'Anna, era obstinada por realizar a sua missão, e tal obstinação e força contagiava também as irmãs por ela lideradas, tornando-as uma frente feminina capaz de realizar ações das quais os próprios padres e os jesuítas não foram capazes. Para isso, ela enfrentou autoridades e uma sociedade em grande parte preconceituosa em relação a imigrantes pobres. Enfrentou o sexismo impregnado por ideias conservadoras de que a mulher deveria permanecer onde o costume social lhe ordenasse e de que a mulher não poderia, de forma alguma, falhar em iniciativas para as quais se propusesse. Já que se propunha a estar à frente de tão complexas iniciativas, então que tivesse sucesso pois, caso contrário, o julgamento social seria ainda mais pesado.
O filme revela muitos aspectos merecedores de reflexão, como o secular preconceito com estrangeiros pobres, a ponto de excluí-los até mesmo do direito a atendimentos de saúde; a arrogância de políticos autoritários interessados apenas em manter viva a imagem da Nova York que todos desejavam, fechando os olhos para os graves problemas sociais dos imigrantes; a força de vontade e capacidade de realização de uma religiosa plenamente alinhada com a missão a que se dedicou e, principalmente, o que mais me marcou: a união das religiosas por ela liderada, em que predominava sempre o amor e a defesa da justiça social, formando uma verdadeira frente feminina capaz das mais árduas realizações antes abandonadas, no meio do caminho, por padres e jesuítas. Mulheres que fizeram a diferença no século XIX, um tempo em que o simples fato de ser mulher fazia Cabrini ouvir com frequência a frase que, por sinal, ainda mais a motivava: "fique onde está, não se mexa".
Vale a pena assistir a esse grandioso filme!
Luciana G. Rugani
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