No meu artigo de hoje, no Blog do Totonho, falo sobre as paralimpíadas. Uma reflexão sobre a grandeza dessa competição, sua relevância para a inclusão social das pessoas com deficiência e minha sugestão para que ela seja brindada com o mesmo destaque e a mesma cobertura da mídia que têm as olimpíadas.
Isso me fez pensar no quanto é representativo esse avanço no resultado final. A obtenção de uma medalha paralímpica tem, a meu ver, o dobro, ou até mais, que o valor de uma medalha olímpica. Não é desvalorizando a medalha olímpica, de forma alguma. Mas se a luta de um atleta olímpico para obter uma vitória é uma luta árdua, para o paralímpico a luta é muito mais pesada. Além de todas as dificuldades que qualquer atleta enfrenta relativas a questões financeiras, a oportunidades de acesso aos equipamentos esportivos, entre outras, o atleta paralímpico enfrenta o preconceito, a dificuldade de acessibilidade diária que há nas cidades, a falta de estrutura de escolas e centros de treinamento, muitas vezes despreparados para atender a contento a esse público, e tantas outras. O atleta paralímpico enfrenta constantemente uma luta pela inclusão social, além da luta comum a qualquer atleta.
O termo "paralimpíadas" (antes grafado como "paraolimpíadas") foi adotado como oficial em 2011, a pedido do Comitê Paralímpico Internacional, para que seguisse a palavra inglês "paralympic", porém há controvérsias em relação a essa nomenclatura. Segundo o manual de comunicação do Senado Federal, o termo não segue as regras de nossa ortografia e não foi adotado pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - Volp, e, por isso, é recomendado o uso do termo "paraolimpíadas". Essa divergência, no meu entender, nem precisava existir, bastando, para isso, que fosse adotado o termo conforme a recomendação de nosso idioma, o qual deveria ser a regra dominante aqui em nosso país. Em que pese toda essa divergência, fato é que as paralimpíadas surgiram em 1960, em Roma, em função da relevância do esporte como meio de reabilitação e como uma das ferramentas de inclusão social.
Penso que, hoje, as paralimpíadas mereciam ser realizadas durante o mesmo período das olimpíadas. Não irei me deter aqui a condições operacionais para isso, mas sim ao destaque que essa competição merece. Vejo tanta festa para realização das olimpíadas, a grande mídia instala seu estúdio na cidade olímpica para transmissão, os jogos são transmitidos ao vivo quase que o dia inteiro, o público vive o clima olímpico durante aqueles cerca de 20 dias de transmissão diária. E, após o encerramento, quando o público vai se desligando da festa olímpica, começam as paralimpíadas, porém já sem um acompanhamento tão intenso por parte da mídia. Os holofotes acabam não sendo tão intensos para as paralimpíadas.
Agora os atletas estão retornando a seus países. Devem ser (espero que sejam) chamados para programas de entrevistas e também para palestras de estímulo ao esporte, pois suas histórias de vida com certeza poderão incentivar crianças e jovens e, por que não, estimular também adultos e idosos para que consigam assumir uma postura de vencedores perante os naturais obstáculos da vida.
Comentário de Ricardo Albino: "...já é fato no clube de Uberlândia onde atletas olímpicos e paralímpicos treinam não uns contra os outros,mas compartilhando do mesmo espaço físico".
Fico feliz por saber que já temos a experiência de um primeiro passo para uma realidade mais inclusiva. Parabéns, Uberlândia!!
Luciana G. Rugani
Minha amiga,eu como um apaixonado por esporte e também uma pessoa com deficiência espero ver em breve algo que já ocorre no praia clube em Uberlândia ,atletas olímpicos e paralímpicos compartilhando do mesmo espaço físico
ResponderExcluirÉ um exemplo próximo da gente que havendo boa vontade,a inclusão acontece para todos com a acessibilidade
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