Este vídeo da Praia das Conchas foi feito pelo "Jaburu Azul", e está armazenado no canal de mesmo nome, no Youtube. Fica aqui como lembrança da Praia das Conchas com os quiosques que, por tantos anos, nos acolheram e nos receberam com seus serviços de restaurante. Fizemos amigos ali, com pessoas trabalhadoras que, por anos, se esforçaram no trabalho digno, e sob os olhos e acompanhamento de todos os prefeitos, por mais de cinquenta anos.
É de conhecimento de todos que aquela região, por ser terreno de marinha, é de propriedade da União, mas há anos, todos os poderes e todos os governos, permitiram, ainda que tacitamente (ou nem tanto tacitamente, pois o poder público municipal chegou a dar estrutura de apoio na limpeza, em governos passados), que os trabalhadores atuassem ali com seus quiosques.
Acontece que agora chegou ao fim o processo judicial em que o Ministério Público Federal - MPF solicita a demolição de todos os quiosques por estarem em área pertencente à União. No próximo dia 29, acontecerá a demolição. Após indignação de parte da população, a prefeitura propôs um acordo de permissão para que os trabalhadores sigam trabalhando na região, mesmo sem a infraestrutura de antes. Uma solução apenas paliativa e que soa mais como uma resposta à sociedade que se indignou, resposta essa que, nem de longe, atende à real necessidade desses trabalhadores. Lamentável isso, ainda mais quando sabemos que havia uma solução, pois foi sugerido, pela própria Advocacia Geral da União - AGU, que a prefeitura intercedesse, junto ao governo federal, solicitando a área mais recuada, onde hoje ficam os carros estacionados, para a construção de novos quiosques para esses trabalhadores, para que, dessa maneira, eles pudessem continuar o seu trabalho. O saudoso prefeito José Bonifácio havia aceitado a sugestão, porém não teve tempo de implementá-la. E fato é que, por tantos anos, não houve vontade do poder público de buscar o governo federal para propor esse acordo. Em Belo Horizonte, tivemos algo semelhante em relação ao terreno do então Aeroporto Carlos Prates, que pertencia à União. O prefeito foi até Brasília, intercedeu junto ao presidente Lula e o governo federal providenciou para que uma parte do terreno fosse concedida à prefeitura para o uso determinado, no caso, habitação popular. Neste caso da praia das conchas, poderia ter sido feito algo semelhante e, na parte de trás, onde hoje ficam os carros estacionados, poderiam ter sido construídos os novos quiosques para esses mesmos trabalhadores que estão ali há décadas. Mas, infelizmente, os políticos cabo-frienses procuram o presidente do País apenas para seus próprios interesses político-partidários, para tirarem fotos para suas mídias sociais, e são incapazes de levarem uma demanda como essa, tão relevante para tantas famílias e para a região. Será que, ao invés de serem esses trabalhadores, fossem os mesmos milionários que construíram suas mansões nas áreas de preservação de Búzios, ou mesmo os empresários que aqui em Cabo Frio, desmataram a região no entorno da Ilha do Japonês, a inércia do poder público seria a mesma?
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