Hoje venho apresentar um pouco da história de vida do querido amigo Roberto Rosa, carioca e, assim como eu, cabo-friense de coração. Roberto hoje é um ativista social e político que muito contribui para a cidade de Cabo Frio com seu pensar ético-progressista.
Tudo começou na década de 60. Roberto morava na Rua Paissandu, no Bairro Flamengo, cidade do Rio de Janeiro, localidade já bem próxima do Palácio das Laranjeiras, a residência oficial dos governadores do Estado do RJ. Em 1964, ele, ainda garoto, estava no portão de sua casa quando viu passar alguns tanques e soldados em direção ao Palácio da Guanabara, sede oficial do governo do Estado. Assustado, correu para dentro de casa em busca de seu pai, que disse: "fica tranquilo, isso certamente é apenas um treinamento que estão realizando". Mas, infelizmente, seu pai estava enganado. Aquele era o dia 31/3/64, o dia do golpe de 64, tendo sido, aquela imagem de tanques e soldados na rua, o primeiro contato de Roberto com o contexto do golpe.
O tempo correu, a história nos contou o que veio a seguir. E essa imagem segue até hoje gravada na memória de Roberto, uma memória afetiva que o leva a reviver o sentimento de apreensão daquele instante.
Na segunda metade da década de 70, Roberto iniciou seu envolvimento com o ambiente político e social por meio das ações dos grêmios estudantis dos quais participou. E as principais bandeiras de luta, da juventude daquela época, eram a democracia, os direitos humanos e sociais e a liberdade de expressão. A partir daí, aconteceram várias manifestações pelas ruas do centro da cidade, onde os estudantes acabavam sendo perseguidos pela polícia repressora a serviço da ditadura. Ali, nesses movimentos, os jovens inteiravam-se dos fatos que ocorriam, como o desaparecimento de alguns de seus líderes, prisão e tortura.
Na década de 80, Roberto, com 23 anos de idade, casou-se e seu foco de atividade foi direcionado para o caminho profissional, deixando um pouco de lado a atuação política, mas sem perder seu tradicional engajamento. Vieram as campanhas "Diretas Já", o retorno do País ao sistema democrático, a instalação da assembleia constituinte que formularia a nova constituição federal, os "caras-pintadas" que muito trabalharam pelo impeachment do então presidente Collor. Havia muita mobilização social naquele período e Roberto participou ativamente desses movimentos.
Após esse período, Roberto novamente deu uma freada em seu ativismo político, retornando ao cenário político no final da década de 90. Convidado pelo vereador Alexandre Cerruti, Roberto engajou-se na campanha eleitoral para eleger governador o então prefeito César Maia. César Maia não foi eleito, mas, a partir daí, Roberto mergulhou novamente na política. Foi convidado por Cerruti para assessorá-lo na Câmara Municipal do Rio de Janeiro - CMRJ.
Alexandre Cerruti foi vereador por quatro mandatos, líder do governo na CMRJ e secretário municipal. Enquanto vereador, por volta de 2002/2003, Cerruti sugeriu ao prefeito César Maia a implantação da Secretaria Municipal da Terceira Idade, da qual Cerruti tornou-se secretário. Dentro da mesma secretaria, Roberto assumiu a Diretoria de Estudos e Pesquisas. Roberto adquiriu uma nova percepção de toda a administração pública e desenvolveu alguns projetos, entre eles o "Transporte Experiente", com o objetivo de, junto às empresas de ônibus do Rio, conscientizar os motoristas e trocadores do transporte coletivo sobre como lidar com o idoso e sobre as dificuldades e necessidades do idoso no transporte coletivo, e o "Programa de Preparação do Servidor para a Aposentadoria", com foco na preparação de servidores para ingresso naquela nova fase da vida, com a participação também dos familiares dos servidores no processo.
Em 2006, Cerruti comunicou a Roberto sua necessidade de deixar o cargo de secretário e informou que o havia indicado para ser o novo secretário, sugestão aceita pelo prefeito César Maia. E assim Roberto tornou-se secretário municipal da Terceira Idade de 2006 a 2008. Nesse período, vários outros projetos foram sendo executados, como projetos de dança, oficina da memória, etc. Entre eles, destaca-se o projeto "Ginástica na praça", com, aproximadamente, 100 núcleos na cidade, compostos por um professor de Educação Física, um auxiliar, um enfermeiro e um apoio, ou seja, cada núcleo gerava quatro empregos diretos. Foram cadastrados em torno de 30 mil idosos. Outro ponto interessante do projeto era a convivência entre os idosos, pois eram realizados passeios e atividades sociais. Foi firmada parceria com as administrações do Pão de Açúcar e do Corcovado para a realização de frequentes visitas de idosos a ambos os locais.
Em 2012, Roberto veio para Cabo Frio. A princípio, não para lidar com política, porém, novamente engajou-se politicamente e iniciou a formação do Partido Rede, para o qual convidou o ex-prefeito Adriano.
Seguiu-se toda a história do governo do ex-prefeito Adriano em Cabo Frio. Roberto trabalhou na prefeitura durante dois anos. Após esse período, Roberto passou a dedicar-se ao trabalho de conscientização política em prol do fortalecimento do pensamento progressista em Cabo Frio. Atualmente, é vice-presidente do Partido Verde no Município.
Luciana G. Rugani
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