Quatro elementos, uma sina
Imponente,
Brilhava, além, a montanha.
Nascentes,
Vales,
Vertentes,
Verde-ouro reluzente.
Certo dia, porém,
a montanha chorou.
Um choro triste de dor
Imersa em extremo pavor.
De si teve extraída
A mais íntima essência,
A base de sua imponência
E só restou-lhe desabar.
Suas lágrimas de lama
Para o rio desceram.
O rio, que tanta vida declama,
Agora é leito morto.
Suas águas, apodrecidas,
Pensa, no mar, purificar.
Desesperado, então,
Até ele põe-se a nadar.
Preocupado, o mar as abraça.
Em outros tempos, com graça.
Hoje, porém, com ressaca.
Quer lavar de si o que lhe ataca
Objetos, plástico, copos...
Sucumbe à ilusão do possível,
Irado,
Maltratado.
O ar,
Em sopro suave e doce,
A todos ali envolvia.
Mas eis que se sente lesado,
Contaminado,
É a fumaça das queimadas,
Do fogo que destrói a mata
Terra, água, ar e fogo.
Quatro são os elementos,
Mas somente uma a sina.
Vítimas de humana ânsia
Ambição ferina,
Ilimitada ganância.
Luciana G. Rugani
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