Saiu hoje a edição 28, mês de marco, da Revista Digital Aldeia Magazine, com minha coluna "Cantinho das Ideias", na página 124.
Nesta edição, falo um pouco sobre guerra, mas não somente a guerra armada. Leiam:
A eclosão da guerra Rússia x Ucrânia me fez lembrar um poema que compus em 2019. Nele, reflito não somente sobre uma guerra factual, concreta, mas principalmente na raiz de todo e qualquer conflito: a energia de guerra, de intolerância e de desamor. A base de todas as guerras, sejam elas armadas ou por meio de palavras, gestos e atitudes. O constante espírito de disputa que reina em nossa sociedade, pleno de vaidades e egos aflorados. A ganância, o consumismo e a necessidade de ter mais e mais, como se a única maneira de se viver em paz fosse em meio a milhões de moedas, e, na busca constante de mais e mais dinheiro, também mais e mais poder, e um vale-tudo em prol disso. Passa-se por cima de relações, joga-se fora amizades que, por terem para ofertar apenas lealdade e sentimentos verdadeiros, são vistas como inúteis, já que não contribuem em nada para que se atinja esse ápice inatingível de mais e mais poder! As disputas por pontos de vista nas redes sociais, políticos vistos como infalíveis, quase deuses! A guerra movida pelo combustível do fanatismo de todas as espécies.
Enfim, guerras são abomináveis e revelam o quanto a sociedade humana pouco evoluiu em termos de sabedoria e consciência do que realmente deve ser valorizado nesse planeta. Sim, repugnamos a guerra armada que acontece lá na Ucrânia, mas reflitamos: estaremos, com nossas atitudes e palavras, e com os sentimentos que destinamos ao universo, contribuindo para essa energia de guerra? Vivemos o nosso dia a dia com diálogo, tolerância, aceitação das diferenças, ou recebemos cada dia como uma oportunidade para impormos nossas vontades e nossas ideias e para satisfazermos os desejos vaidosos de nossos egos inflados? Com certeza não devemos nos anular e nos calar. Muito pelo contrário. Precisamos estar atentos aos fatos que acontecem ao nosso redor, precisamos nos posicionar, opinar e agir, mas com uma boa pitada de equilíbrio, paciência, educação, respeito e, principalmente, amor pelo outro, seja esse outro uma pessoa ou um ser da natureza, farão toda a diferença. Imagina se cada um de nós emanasse uma energia mais plena de amor nos mais comezinhos atos de nosso cotidiano, como seria a egrégora mundial?
Um beijo, paz e luz pra vocês. Fiquem com meu poema:
A guerra
Povos em guerra,
Corações em guerra.
Cada semelhante,
Inimigo em potencial.
A guerra não está só lá fora,
A guerra não está só além.
O mundo bélico?
Coração bélico.
Amor?
Figura de retórica.
Sentimentos são ardis.
Relações?
Mapas estratégicos.
Todo o bem que se fez
Em um átimo se olvida.
E o ser,
Imerso em destruições,
Inimigo de si mesmo,
Afasta o bem,
Afasta o amor,
Afasta Deus.
E a cada queda,
Seu ego vibra.
Vinga,
Vitória!
Guerreia-se com mísseis,
Fuzis
Ou palavras.
Somam-se perdas.
Dores semeadas?
Vitórias alcançadas.
Seu ego o cega,
A cada dia torna-se nada,
A destruição que semeia
Esvazia sua essência.
Insatisfação,
Falsas alegrias,
Um certo cansaço de tudo.
Porém nada o faz despertar
E enxergar sua triste doença crônica
De não saber amar.
Luciana G. Rugani, 8/1/2019
Pura verdade. Pra acontecer essa guerra de extermínio de nosso próximo, antes já vem acontecendo guerras: no lar, no trânsito, no trabalho, mas torcidas organizadas, etc
ResponderExcluirPura verdade. Pra acontecer essa guerra de extermínio de nosso próximo, antes já vem acontecendo guerras: no lar, no trânsito, no trabalho, mas torcidas organizadas, etc
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