Saiu hoje a edição 27, mês de fevereiro, da Revista Digital Aldeia Magazine, com minha coluna "Cantinho das Ideias", na página 116.
Nesta edição, falo um pouco sobre a Semana de Arte Moderna, movimento que revolucionou a arte brasileira em 1922:
Neste mês de fevereiro, comemoramos 100 anos da Semana de Arte Moderna.
A Semana de Arte Moderna foi um movimento artístico que aconteceu em São Paulo, entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. Foram alguns dias de exposição artística dos mais variados segmentos, como literatura, dança, pintura, esculturas e música.
O principal objetivo da Semana foi trazer para o público brasileiro o que havia, até então, de vanguarda na arte. O movimento rompia drasticamente com os padrões clássicos predominantes e abria as portas para o Modernismo no Brasil. Foi organizado por uma elite cultural brasileira composta por diversos nomes, entre eles Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Menotti Del Picchia, Graça Aranha, Plínio Salgado e Victor Brecheret.
Como acontece em toda ruptura de padrões, essa movimentação artística incomou os artistas conservadores e tradicionais, gerando polêmicas e críticas ferrenhas de alguns. Podemos dizer que o movimento trouxe uma menor preocupação com a forma e maior atenção à ideia transmitida. Por meio de uma linguagem mais coloquial, expunha-se, preferencialmente, assuntos corriqueiros da realidade brasileira.
Entendo o movimento como uma espécia de retirada da arte de dentro da "bolha", ou seja, a arte deixava de representar um conceito fechado dentro de regras pré-estabelecidas e adquiria um conceito mais amplo, inovador e mais receptivo à criatividade artística. O movimento foi, com certeza, um salto na evolução da arte, abrindo espaço para uma experimentação artística mais criativa que possibilitou o engrandecimento da cultura brasileira e a revelação de novos talentos artísticos que acabaram tornando-se reconhecidos mundialmente.
Abaixo segue o poema "Seiscentos e Sessenta e Seis", conhecido popularmente como "O Tempo", de autoria de Mário Quintana, um dos poetas da 2ª geração do Modernismo:
SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS
A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…
Quando se vê, já é 6ª-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.
Mário Quintana
Maravilha👏👏👏❤️❤️❤️
ResponderExcluir