Caminho Dourado - Por Mirtzi Lima Ribeiro - Era um monólogo. Ela falava para si mesma. Nem o eco ressoava, Nem havia respostas. Silêncios intermináveis. O rochedo impassível, Mantendo os ouvidos fechados, Olhava de soslaio, Aquela menina falando. Ao léu ela se explicava, Medindo cada sílaba, Ensaiando cada verso. Mas, sem gravidade, Tudo flutuava lentamente. Em câmara lenta, Ela via seus esforços Se transformarem em nada, Sumindo sem rastros. Era uma balada sem música, Um tilintar sem ruídos, Um farfalhar sem folhas ao vento, Um zumbido sem som. O dia se transformou em noite, E a madrugada em pensamentos. Amanheceu fora de contexto. Apenas o SOL a encorajou. Uma labareda dourada, Vendo sua tenacidade, Apiedou-se de seu insucesso, E se pronunciou. Disse-lhe o SOL iluminador: Guarda os teus segredos, Porque teus dons são imensos, e, Tua beleza de alma é rara. Eu contemplo tua singularidade, Teus méritos do coração. Eu fico extasiado, Diante de tanta grandeza. Segue teu caminho dourado, S