Saiu hoje a edição 24, mês de novembro, da Revista Digital Aldeia Magazine, com minha coluna "Cantinho das Ideias", na página 106.
Nesta edição, falo um pouco sobre o filme "Rocket Man", que retrata a vida do cantor Elton John. Disserto sobre a abordagem psicológica do filme, faço uma pequena reflexão sobre algumas similaridades com situações vivenciadas por qualquer um de nós e compartilho um poema que fiz no último fim de semana:
Caros leitores,
Em 2019, foi lançado o filme "Rocketman", que revela ao público os fatos mais contundentes e marcantes da vida do cantor britânico Elton John. Trata-se de uma produção que contou com o acompanhamento do próprio cantor e que narra fatos de sua vida que compuseram a base de toda a análise psicológica que permitiu a ele se reencontrar e, em consequência, sintonizar sua trajetória a um universo mais promissor, que trouxe mais completude à sua vida.
O filme alterna períodos do passado e do presente, como uma viagem no tempo por meio da música. Além do mero conhecimento sobre a vida do cantor, o filme nos propõe muitas reflexões. Podemos nos ver dentro das abordagens psicológicas que são colocadas. Claro que em contextos muito diferentes, em situações completamente díspares, mas a base psicológica muitas vezes é a mesma: nossa necessidade de cultivar o autoamor, o autoperdão e, consequentemente, o perdão do outro; nossa mania crônica de buscar fora de nós o que mora dentro de nossa alma e de insistir em semear em terras áridas ou em cultivar flores que não existem; nossa ilusão em achar que todo sucesso e prosperidade materiais resolverão nossos problemas existenciais, quando, muitas vezes, poderão até potencializá-los.
Recomendo a todos que assistam, vale a pena! Mas não assistam somente para conhecer a vida do cantor. O filme nos possibilita uma maior compreensão do porquê de tantas situações vividas pelo artista, mas vale a pena assistir com atenção também ao aspecto psicológico. Eu gosto muito de filmes por meio dos quais eu, além de me divertir e conhecer algo sobre o tema, trago para minha vida, de forma reflexiva, alguns aspectos abordados para meu desenvolvimento enquanto pessoa.
Outro aspecto interessante que observei foi a coragem do cantor ao permitir a exposição pública de sua história, em perfeita demonstração de vitória pessoal frente ao ego vaidoso, ainda tão cultivado por muitos de nós, e que é, justamente, o que impede o encontro conosco mesmos e que impede também que sejamos nós mesmos, sem medos e sem inseguranças.
E, como não poderia faltar a poesia, compartilho com vocês um poema recém saído do forno. Acabei de escrevê-lo, para ilustrar o tema de hoje:
Reminiscências
A paisagem fria,
O dia branco,
A bruma entremeada por frágeis raios de sol.
Paro e observo:
Talvez hoje eu seja um resto de mim,
Ou não.
Talvez as reticências falem por mim
Reminiscências do que fui
Ou do que sou,
Não sei ao certo.
Já ousei ir além,
Mergulhei,
Me doei.
Já fantasiei,
E acreditei.
Já cultivei o não existente,
Busquei pérolas na lama,
Agarrei-me a ilusões pra não naufragar.
Já falei com o mar,
Suas águas, mais salgadas deixei.
Já desejei e sonhei,
Cantei a lua e estrelas,
Sensualizei.
Feminino manifesto,
Magia de cores,
Cantos e flores.
Naveguei mares distantes
Voei feito gaivota livre.
Porém um dia,
O despertar se fez,
O encanto se desfez.
Volto a olhar a bruma
Ela sumiu
E o sol saiu!
E eu aqui
Serei um instante apenas?
Ou serei eu
Reminiscências?
Luciana G. Rugani
Lindo poema 👏👏👏
ResponderExcluirMaravilhoso!
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