Nos momentos difíceis é que sentimos mais fortes os efeitos das mazelas de uma sociedade. Se vivemos em uma sociedade individualista, por exemplo, o tempo difícil será mais danoso nesta sociedade do que em outra em que predominem hábitos mais solidários. E cada vez mais, as soluções para os problemas modernos passam por medidas que exigem colaboração e espírito de coletividade.
Vivemos um tempo em que a separação pura e simples de competências já não é capaz de solucionar os problemas crescentes, e as parcerias são necessárias em qualquer tipo de trabalho a ser desenvolvido. Hoje já não é possível mais dizer simplesmente: “isso é problema do poder público”, pois a sociedade adquiriu nível de alta complexidade, o meio ambiente já não suporta mais o somatório indiscriminado de ações individualistas. Não há mais como pensarmos uma sociedade em que a população não seja parceira do poder público.
Contudo, infelizmente, dentro desta realidade atual ainda há muitos cidadãos que enxergam o poder público como único obrigado a prover e solucionar, e esquecem que a colaboração individual é parcela essencial para um resultado satisfatório.
Em nossa cidade, durante anos o poder público recolheu os entulhos deixados nas calçadas. Isso foi bom, mas acabou fazendo com que muitos cidadãos ficassem mal acostumados e não despertassem para a necessidade de colaborar com este trabalho. Atualmente, a baixa arrecadação não permite mais este serviço frequente. O cidadão é quem deve providenciar o recolhimento através de caçambas próprias para tal finalidade. Mas muitos ainda não assimilaram essa realidade, e continuam abandonando seus entulhos e móveis velhos nas calçadas.
A prefeitura, mais uma vez, mesmo com toda dificuldade, está realizando mutirões pelos bairros para recolher esses materiais, mas é imperioso que a sociedade acorde para essa necessidade de mudança de hábitos, inclusive os de consumo, e para a realidade de que não há coletividade com qualidade de vida sem colaboração individual.
Somente quando predominar a consciência de que a limpeza da cidade está também em nossas mãos e de que o equilíbrio do meio ambiente já não suporta mais a nossa produção crescente de lixo, aí sim estaremos vivendo de acordo com o que o mundo atual exige de nós para mantermos um mínimo de qualidade de vida. Façamos a nossa parte providenciando o recolhimento adequado, por meio de caçambas, dos diversos entulhos, galhos e móveis velhos.
Luciana G. Rugani
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