Minha coluna de hoje no jornal "Diário Cabofriense". Leia o texto logo abaixo da foto:
Vários ciclos de atividades econômicas se passaram. Houve a valorização da pesca, do sal, dos imóveis, do petróleo e do turismo. Hoje vivemos o fim da certeza do petróleo como alavanca do desenvolvimento, e firma-se, cada vez mais unânime, a certeza de que o turismo é a real vocação da cidade.
Cada atividade teve seu momento de auge e trouxe sua contribuição para o desenvolvimento social e cultural da cidade e para a formação de sua característica cosmopolita. A essência do desenvolvimento da cidade contempla a participação de pessoas dos mais diversos locais que aqui chegaram e deixaram seu quinhão de participação.
É tão evidente essa face cosmopolita da cidade e de sua história, que até mesmo a letra de seu hino a explicita. Eis o trecho: "Forasteiro, não há forasteiro, Pois nesta terra todos são iguais..." Vitorino Carriço, ao retratar essa característica no hino, destaca-a e a coloca em alto grau de importância, como algo a ser realmente levado em conta e respeitado pela população.
Uma cidade privilegiada pela natureza, e onde o desenvolvimento foi todo construído por pessoas vindas das mais variadas localidades e culturas, é uma cidade onde a criatividade naturalmente reina e que prospera tendo como base o que cada povo traz do melhor que há em seus estados de origem. O caráter de diversidade na constituição de sua população incentiva potencial para todos, esta é a "cara" de Cabo Frio.
E, principalmente nos dias atuais, em que vivemos um tempo difícil economicamente devido a essa transição do ciclo do petróleo para o ciclo do turismo, é cada vez mais urgente que a população cabo-friense assuma definitivamente essa característica cosmopolita e se abra para o mundo, para novas ideias. Que sejam derrubadas as barreiras do preconceito de qualquer teor, que tanto leva à estagnação.
Às vezes vejo pessoas utilizando critérios vazios para "justificarem" a condição de ser cidadão cabo-friense, como a "medirem" a si próprias e se compararem com outros. Comparação nunca será parâmetro, pois sempre haverá um ou outro que nos supera em algo e também nós os superamos em outras condições. Então comparação pura e simples não leva a nenhuma conclusão. Dizerem: "eu tenho X anos que estou aqui", "eu tenho um filho cabo-friense", e outras falas para justificarem a própria participação e colaboração com a cidade, nada disso justifica. Nada disso mede o "ser cabo-friense".
Não é o tempo que se vive na cidade que deve dizer que esta ou aquela pessoa é "mais cabo-friense" que a outra. É preciso acabar com este tipo de crença limitante que, além de nada somar em termos de benefícios, ainda ajuda a fortalecer a cultura de barganhas baseadas em interesses e condições pessoais. Uma região que quer destacar-se internacionalmente no turismo, abrir-se para o mundo, não pode abrigar pensamentos tão pequenos e limitantes, criadores de bloqueios para seu desenvolvimento.
Eu acredito que será verdadeiramente cabo-friense aquele portador de uma afinidade profunda com a cidade que o leve a ter com ela uma relação onde prevaleça sempre, acima de tudo, o interesse de que seja uma cidade cada vez melhor e com mais qualidade de vida para todos que adentrarem seu território; aquele que dedique todo o respeito e cuidado com seu tesouro natural, que é a sua belíssima natureza; e que ajude a soprar a semente do amor e dedicação impulsionando as boas ideias de forma a expandir ao futuro a consciência de uma vivência realmente cidadã. E isso não precisa de "medição", isso se constrói naturalmente e cabe tanto ao cabo-friense nato quanto ao cabo-friense de coração.
Eu sou e serei eternamente cativa dos encantos de Cabo Frio. Seu mar cristalino, onde azul e verde se unem envoltos na branca renda que se forma da quebra das ondas; suas praias de areia fina e clara, suavemente acolhedora, sua história retratada nas fotos de Wolney e reconstruída dia a dia por seu povo, enfim, nós, cidadãos comuns, precisamos olhar com mais profundidade toda essa riqueza ao nosso redor, valorizarmos de forma mais verdadeira essa cidade, acima de qualquer interesse pessoal. Fazermos com que nossas escolhas sejam baseadas em critérios mais elevados e que possibilitarão um caminhar de fato para uma sociedade mais evoluída e menos dependente dos hábitos personalistas que se cristalizam em meio às comparações e barganhas.
Parabéns, Cabo Frio! Feliz aniversário! Que estes 400 anos possam significar realmente um novo tempo de aprendizado e de superação das dificuldades e de todo proceder que não seja mais útil para esta nova etapa que se inicia, um tempo que nos intima à reformulação de conceitos e hábitos que faça Cabo Frio abrir-se efetivamente para o mundo.
Luciana G. Rugani
Cada atividade teve seu momento de auge e trouxe sua contribuição para o desenvolvimento social e cultural da cidade e para a formação de sua característica cosmopolita. A essência do desenvolvimento da cidade contempla a participação de pessoas dos mais diversos locais que aqui chegaram e deixaram seu quinhão de participação.
É tão evidente essa face cosmopolita da cidade e de sua história, que até mesmo a letra de seu hino a explicita. Eis o trecho: "Forasteiro, não há forasteiro, Pois nesta terra todos são iguais..." Vitorino Carriço, ao retratar essa característica no hino, destaca-a e a coloca em alto grau de importância, como algo a ser realmente levado em conta e respeitado pela população.
Uma cidade privilegiada pela natureza, e onde o desenvolvimento foi todo construído por pessoas vindas das mais variadas localidades e culturas, é uma cidade onde a criatividade naturalmente reina e que prospera tendo como base o que cada povo traz do melhor que há em seus estados de origem. O caráter de diversidade na constituição de sua população incentiva potencial para todos, esta é a "cara" de Cabo Frio.
E, principalmente nos dias atuais, em que vivemos um tempo difícil economicamente devido a essa transição do ciclo do petróleo para o ciclo do turismo, é cada vez mais urgente que a população cabo-friense assuma definitivamente essa característica cosmopolita e se abra para o mundo, para novas ideias. Que sejam derrubadas as barreiras do preconceito de qualquer teor, que tanto leva à estagnação.
Às vezes vejo pessoas utilizando critérios vazios para "justificarem" a condição de ser cidadão cabo-friense, como a "medirem" a si próprias e se compararem com outros. Comparação nunca será parâmetro, pois sempre haverá um ou outro que nos supera em algo e também nós os superamos em outras condições. Então comparação pura e simples não leva a nenhuma conclusão. Dizerem: "eu tenho X anos que estou aqui", "eu tenho um filho cabo-friense", e outras falas para justificarem a própria participação e colaboração com a cidade, nada disso justifica. Nada disso mede o "ser cabo-friense".
Não é o tempo que se vive na cidade que deve dizer que esta ou aquela pessoa é "mais cabo-friense" que a outra. É preciso acabar com este tipo de crença limitante que, além de nada somar em termos de benefícios, ainda ajuda a fortalecer a cultura de barganhas baseadas em interesses e condições pessoais. Uma região que quer destacar-se internacionalmente no turismo, abrir-se para o mundo, não pode abrigar pensamentos tão pequenos e limitantes, criadores de bloqueios para seu desenvolvimento.
Eu acredito que será verdadeiramente cabo-friense aquele portador de uma afinidade profunda com a cidade que o leve a ter com ela uma relação onde prevaleça sempre, acima de tudo, o interesse de que seja uma cidade cada vez melhor e com mais qualidade de vida para todos que adentrarem seu território; aquele que dedique todo o respeito e cuidado com seu tesouro natural, que é a sua belíssima natureza; e que ajude a soprar a semente do amor e dedicação impulsionando as boas ideias de forma a expandir ao futuro a consciência de uma vivência realmente cidadã. E isso não precisa de "medição", isso se constrói naturalmente e cabe tanto ao cabo-friense nato quanto ao cabo-friense de coração.
Eu sou e serei eternamente cativa dos encantos de Cabo Frio. Seu mar cristalino, onde azul e verde se unem envoltos na branca renda que se forma da quebra das ondas; suas praias de areia fina e clara, suavemente acolhedora, sua história retratada nas fotos de Wolney e reconstruída dia a dia por seu povo, enfim, nós, cidadãos comuns, precisamos olhar com mais profundidade toda essa riqueza ao nosso redor, valorizarmos de forma mais verdadeira essa cidade, acima de qualquer interesse pessoal. Fazermos com que nossas escolhas sejam baseadas em critérios mais elevados e que possibilitarão um caminhar de fato para uma sociedade mais evoluída e menos dependente dos hábitos personalistas que se cristalizam em meio às comparações e barganhas.
Parabéns, Cabo Frio! Feliz aniversário! Que estes 400 anos possam significar realmente um novo tempo de aprendizado e de superação das dificuldades e de todo proceder que não seja mais útil para esta nova etapa que se inicia, um tempo que nos intima à reformulação de conceitos e hábitos que faça Cabo Frio abrir-se efetivamente para o mundo.
Luciana G. Rugani
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