Muito oportuno este texto de Tatiana, principalmente para os dias atuais quando muitas pessoas já até atrofiaram sua capacidade de amar, talvez pelo tanto que priorizam as atribuições do lado esquerdo de seu cérebro e desprezam as funções do lado direito.
Talvez por isso estejam tornando-se robôs utilitários, para os quais tudo tem que ter uma lógica e uma função determinada, até mesmo os sentimentos e os vínculos que deles derivam.
Luciana G. Rugani
por Tatiana Dornelles
Nos últimos dias tenho pensado muito sobre a amizade. Até que ponto temos amigos verdadeiros? Será que existe realmente aquele amigo para toda hora? Vivemos rodeados de pessoas que fazem parte da nossa vida, seja no trabalho, na escola, na vizinhança, na padaria, no supermercado. Em alguns lugares, sentimos afinidade por um colega, com quem se troca confidências, idéias e até se tem conversas mais politizadas. Enfim, é aquele que, de uma forma ou de outra, é considerado como um amigo. Diariamente, é com essa pessoa que se conversa, convive, reclama da vida e dos amores, do trabalho e da faculdade.
Mas o tempo passa, cada um toma o seu rumo e, por consequência, há um distanciamento. Enquanto se está por perto, a convivência é real, existe de fato. Depois que um percorre um caminho distinto, é cada um por si e Deus por todos. Sem telefonemas, sem conversas, sem troca de e-mails ou mensagens, sem nada. Apenas o vazio, a distância, a saudade. Fica apenas a vontade de ter alguém com quem conversar, discutir, chorar no ombro. No momento em que se estava por perto, a amizade era conservada. Longe, nada mais.
Acredito que amigo de verdade é aquele que não o esquece, que mesmo longe procura saber como você está, como se sente. É quem não se distancia, mesmo a quilômetros longe, é quem o convida para dar uma volta e tomar um café, mesmo que não trabalhem mais juntos. Penso que, durante toda a minha vida, tive apenas amigos por conveniência: na escola, na faculdade, nos tantos trabalhos que tive, enquanto estava por perto, era amiga. Talvez pelas tantas mudanças de vida que tive, pelas cidades pelas quais fui morar e das vezes que tive que me mudar, não consegui enraizar as amizades. Sinto falta de um amigo. Não sei o que é uma amizade de anos a fio... Também não sei se isso é possível. Nos dias atuais, com a correria do dia-a-dia, ainda há tempo para a amizade? Em pleno século 21, será que existe amizade de verdade ou é apenas por conveniência?
Tatiana Dornelles - Jornalista
Artigo publicado no Jornal de Bairro!
Oi Luciana, obrigada pela indicação do meu texto.
ResponderExcluirSomente hoje, em pesquisa na internet, encontrei. :)
Abraço!
Adorei! Ainda mais pq tenho percebido que muitos se aproximam de mim só quando precisam ou querem algum favor. Triste realidade.
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