Filme do diretor e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand, "Planeta Água" é um documentário sobre os oceanos, desde a sua origem até os dias de hoje.
O mundo dos oceanos, este reino de vida que guarda preciosos mistérios da Criação, é retratado através de imagens envolventes e uma riqueza de informações que acabam por aguçar ainda mais nossa curiosidade sobre o tema.
O filme nos mostra exemplos da atuação direta da lei do equilíbrio, desde o ambiente microscópico da natureza marinha até a interação homem-oceano. Na natureza, tudo tende a se equilibrar. Excessos não existem em um ambiente equilibrado. E esta é uma lei natural de nosso planeta, da qual não podemos fugir. Se causamos algum desequilíbrio, a natureza alguma resposta nos dará, pois a busca do equilíbrio é constante.
A pesca de arrasto, a inundação de elementos plásticos em nossos mares, aves marinhas mortas com seus estômagos repletos de plásticos e outros objetos, a ambição sem limite dos seres humanos ao lidar com a natureza, tudo isso é mencionado no filme de forma didática, esclarecedora, que nos chama à responsabilidade urgente de agirmos, de participarmos de forma ativa na defesa deste rico patrimônio que corre sério risco de estar destruído daqui a poucos anos. Toda essa interação irresponsável do ser humano junto à natureza provoca desequilíbrios, faz proliferar mais algumas espécies que outras, e isso volta para o ser humano de forma danosa. Temos o exemplo da invasão de águas-vivas (meduzas) que já acontece em diversas praias, e que vem prejudicando o ambiente marinho e também o turismo. Alguns peixes como o atum e tartarugas marinhas são os predadores naturais das medusas. A pesca desenfreada, e principalmente a pesca de arrasto que recolhe indiscriminadamente tudo que se agarra nas redes, tem causado o desaparecimento destes peixes e levado muitas tartarugas à morte. Em consequência, as medusas se proliferam demasiadamente, provocando o desequilíbrio no ambiente que, por sua vez, atingirá outras espécies, além de prejudicar também a presença de banhistas nas praias.
O filme, lançado em 2012, foi exibido aos participantes da conferência Rio + 20, no mesmo ano.
Não deixem de assistir. Somos todos, enquanto seres humanos habitantes deste planeta, responsáveis pela preservação da vida que aqui ainda existe. Sem a presença humana, o ambiente se organizava harmoniosamente de forma natural. Será possível que o homem, ser dotado de inteligência e incrível capacidade criadora, topo da cadeia alimentar, vai se deixar levar pela ilusão do ganho desmedido e permitir a destruição da vida na Terra? Não seria isso até mesmo uma ofensa à sua própria inteligência e racionalidade? Ainda é tempo de acordarmos, de colaborarmos para que esse alerta seja constantemente debatido nas redes sociais e levado aos nossos governantes. Façamos cada um a nossa parte dentro daquilo que lhe é possível. Busquem o filme, assistam, informem-se. Aqueles que trabalham com educação ambiental, levem-no para assistirem junto aos seus alunos. Associações, governos, providenciem sua exibição em salas de cinema. Vale a pena esclarecer, vale a pena se informar, vale a pena cuidar. É a VIDA quem nos pede isso.
Luciana G. Rugani
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