Alguma vez algo já tocou os seus sentidos e sua consciência de forma a despertá-lo para uma nova percepção de seu ser? Ou para alguma epifania, ou algum "insight"? Alguma vez algo ou a atitude de alguém já fez seu olhar desviar-se da forma, da imagem, para em seguida você se encontrar cara a cara com as indagações mais profundas do ser e com a certeza de que precisa despir-se dessa "capa" para que possa ir em busca das respostas que o farão ainda mais certo de sua amplidão a qual, paradoxalmente, lhe mostrará sua pequenez?
Já me senti assim. Já descobri na natureza, nas palavras, na busca, a certeza de que eu sou "Eu maior". Não sou, ou pelo menos não devo ser, a pequenez de uma vida curta.
Hoje gostaria de recomendar a vocês o filme "EU MAIOR". Composto de entrevistas com pessoas das mais diversas correntes de entendimento, cada uma dando sua colaboração com uma abordagem, um foco diferente, mas todas têm algo em comum: partindo de uma pergunta, ou de uma palavra trivial, ao final da fala nos vemos dentro de uma amplidão de algo mais, algo maior, aquela sensação de ser levado da superfície às profundezas. São falas que funcionam como aquele toque nos sentidos e na consciência a que me referi no início deste texto, nos colocam cara a cara com nossa amplidão e ao mesmo tempo com nossa pequenez.
Vale a pena assistir uma vez para conhecer, e mais duas ou três vezes para meditar nas colocações e defrontá-las com sua própria vida, com seu próprio ser. Autoconhecer-se verdadeiramente: esta é a busca, a razão maior.
Seguem algumas frases do filme que achei por bem destacar para ilustrar este texto:
“Uma maneira de representar o conhecimento é pensar que tudo que a gente conhece está numa ilha, e esta ilha está cercada pelo desconhecido. À medida em que o conhecimento avança, a ilha vai crescendo, mas, à medida em que ela cresce, aumenta também a margem que ela faz com o desconhecido. Ou seja, quanto mais a gente conhece sobre as coisas, mais desconhece também, e mais perguntas surgem. Isso não nos torna menos humanos. Na verdade, nos torna mais humanos e menos deuses” (Marcelo Gleiser - cientista).
"Fazer falta não significa ser famoso, significa ser importante... Muita gente não é famosa e é absolutamente importante. "Importar": quando alguém me leva pra dentro, ele me importa pra dentro, ele me carrega. Eu quero ser importante. Por isso pra ser importante eu preciso não ter uma vida que seja pequena, e uma vida se torna pequena quando ela é uma vida que é apoiada só em si mesmo, fechada em si. Eu preciso transbordar, ir além da minha borda, preciso me comunicar, preciso me juntar, preciso me repartir. Nesta hora minha vida, sem dúvida, ela é curta, e eu desejo que ela não seja pequena" (Mário Sérgio Cortella - filósofo).
Eis aqui o arquivo do filme. Assista, reflita, medite. Você merece isso!
Luciana G. Rugani
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