Nelson Mandela deixou um legado não só na África, mas também mundial. Que com sua morte isto não se perca.
Que sua morte não seja só lembrada com tristeza, lamentada e sua memória homenageada.
Que seja mais que isso: que pessoas se aproveitem para conhecer ainda mais um pouco sobre a luta empreendida por Mandela em busca de um dos ideais que verdadeiramente devem reger a passagem do homem aqui pelo planeta Terra: a liberdade.
E, a partir daí, que deem continuidade à luta de Nelson Mandela em prol da liberdade em seus diversos níveis e aspectos. E mais: que possam reavaliar a realidade da presença deste ideal em suas vidas e buscar seu exercício pleno. Como? Vejamos:
- Pessoas enquanto governantes: seriam realmente livres ao se ligarem somente aos seus próprios interesses eleitoreiros, apequenando, assim (ou até mesmo anulando) a grandiosidade de terem seus nomes referenciados a uma administração pública realmente eficaz e disposta a fazer a diferença, em termos de qualidade em seu âmbito de atuação? E, ainda, estariam de fato promovendo a liberdade em todos os seus aspectos, ao agirem de forma manipuladora com seus concidadãos, seja fazendo uso de informações distorcidas ou negando-se a fornecê-las, ou seja por implantar uma política caracterizada por promover uma eterna dependência do poder público por parte do eleitorado?
- Pessoas enquanto cidadãos: estariam realmente prezando sua liberdade ao venderem seu apoio ou voto, obtendo como pagamento favores, cargos, benefícios, esquemas diversos? Não estariam desse modo se prendendo aos grilhões de uma política de beira de esquina que amanhã lhes exigiriam o silêncio e submissão total às suas ações?
- Pessoas enquanto individualidades: aqui a liberdade seria analisada de uma forma mais profunda, compreendendo critérios internos e externos. Em relação aos internos, caberia refletir: nossa liberdade é inversamente proporcional aos nossos quesitos limitadores e a nossos bloqueios, ou seja, quanto mais nos deixamos prender pelo orgulho, pelo medo, pela insegurança, por nosso ego exacerbado que insiste em não dar o braço a torcer, por nossa vaidade que nos impede de enxergar nossa pequenez individual, menos seremos livres para fazer o que realmente deseja nosso ser, menos seremos livres para expressar nossa vontade real, chegando até ao ponto de sufocá-la por baixo de tanto lixo mental acumulado.
Em relação aos critérios externos, vale refletir: até que ponto seremos realmente livres se nos deixamos prender à onda de consumismo, de imposições sociais dos tantos "Tem que ser", "Tem que ter". Seremos realmente livres se nos prendermos aos preconceitos, às discriminações de todo tipo, ao que pensam ou à imagem que têm de nós? A partir do momento em que damos guarida a essas coisas em nosso ser não estaremos ao mesmo tempo anulando proporcionalmente parte de nós mesmos?
A nossa integridade individual pede liberdade. Liberdade de pensar, sentir, dizer. Liberdade de opinar, dialogar. Fomos criados por Deus para sermos seres iluminados, pensantes, únicos, respeitados em suas individualidades e assim perfeitos em sociedade. Só cabe a nós mesmos respeitar essa realidade.
Que não se perca o ideal de liberdade em nossas vidas, pois a cada instante ele é agredido, é tocado e prejudicado por nossos comportamentos. Reflitamos de forma verdadeira conosco mesmo, e que possamos preservar esse ideal em nossas relações, em nosso contato com o mundo e conosco mesmos. Busquemos ser essencialmente LIVRES!
Luciana G. Rugani
Comentários
Postar um comentário