Há mais de um ano escrevi um pequeno texto para este blog sobre o que chamam "fim dos tempos". Neste texto, eu disse que, para mim, o significado deste termo "fim dos tempos" seria a mudança do padrão de consciência, o que já estaria acontecendo há alguns anos.
O fim não existe, o que existe é a transformação. A humanidade segue seu processo de evolução de forma lenta e progressiva, a evolução é Lei da Vida. Pouco a pouco a humanidade vai expandindo sua consciência por meio da transformação e renovação de suas ideias e costumes.
A cortina do palco se abre pouco a pouco... o véu está caindo... As informações chegam com mais rapidez, está mais difícil ocultar os fatos. Os dons se expandem, as energias atuam de forma mais direta. Por isso tantos acontecimentos horripilantes, tristes, tanta loucura explícita, e ao mesmo tempo quanta revelação, quantas mentes brilhantes e crianças e jovens da chamada "geração y", ativos, corajosos e questionadores.
É neste panorama de transformação e chegada de uma nova era que surge um novo papa. Há cerca de quatro meses, tivemos a renúncia do papa Bento XVI e a entrada do papa Francisco. Papa Francisco esteve semana passada aqui no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude. Foram poucos dias, mas sua presença foi marcante.
Além de seu discurso ser inovador na igreja católica, os valores pregados e a mensagem transmitida não se circunscrevem a uma só religião, tanto é que suas palavras, seu carisma e sua espontaneidade conquistaram pessoas de todos os credos. Ele mostrou ser uma dessas mentes brilhantes do novo tempo, para as quais vale mais o conteúdo que o rótulo. Dono de uma linguagem clara, direta, natural, ele expôs seu pensamento sobre questões polêmicas e tornou evidente sua preocupação em semear valores que nossa sociedade tão individualista e consumista não conhece, como a solidariedade, a simplicidade e a autenticidade.
A evolução da sociedade humana é lenta, gradual e constante. Não se faz de um dia para o outro. Mas não podemos negar que ter uma pessoa que prega justamente valores que se chocam com o egoísmo e salve-se-quem-puder predominante em nossa sociedade, ocupando um dos cargos de maior relevância mundial, é mais uma certeza de que não estamos ao léu como uma nau sem rumo, e que se faz presente a transição para um novo tempo, um tempo de maior consciência acerca das consequências dos nosso proceder, um tempo em que diminui pouco a pouco o espaço para a hipocrisia, para o falseamento de informações, para o "empurrar a sujeira para debaixo do tapete" para satisfazer as pretensões de uma sociedade dominadora.
Seguem algumas colocações do Papa Francisco que destaquei:
"Que todos trabalhemos por esta palavra que hoje em dia não é bem aceita: solidariedade. É uma palavra que procuram deixar de lado, sempre, porquê incômoda. Todavia, é uma palavra que reflete os valores humanos e cristãos que hoje nos pedem para ir contra; da cultura do descartável, de que tudo é descartável.
"Uma cultura que sempre deixa as pessoas de fora: deixa à margem as crianças, deixa à margem os jovens, deixa à margem os idosos, deixa a fora aos que não servem, aos que não produzem, e isso não pode acontecer. Invés, a solidariedade, coloca todos dentro. Devem seguir trabalhando por esta cultura da solidariedade e pelo Evangelho”.
"Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-lo, responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus nos chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família através do sacramento do Matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”. Está fora de moda? [Não…]. Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem: que se rebelem contra esta cultura do provisório que, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!" (Papa Francisco)
“Nenhum esforço de pacificação será duradouro numa sociedade que deixa à margem, que abandona, na periferia, parte de si mesma”.
“Vocês, queridos jovens, possuem uma sensibilidade especial frente às injustiças, mas muitas vezes se desiludem com notícias de corrupção, com pessoas que, em vez de buscar o bem comum, procuram seu próprio benefício”.
“Não existe verdadeira promoção do bem comum, nem verdadeiro desenvolvimento do homem, quando se ignoram os pilares fundamentais que sustentam uma nação: a vida, a família, a educação integral, a saúde e a segurança”.
“Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades que persistem. Que cada um saiba dar sua contribuição para acabar com as injustiças sociais”.
Luciana G. Rugani
Me sinto muito ajudada com as suas palavras. Bendito sejas papa Francisco
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