Nós, seres humanos, muitas vezes escravos da ansiedade, perdemos até mesmo a noção racional do próprio andamento do tempo no determinismo do suceder de seus dias em ritmo próprio.
Completamente dominados pelos nossos desejos, nos atormentamos, atormentamos os outros e criamos situações que complicam ainda mais nossa caminhada. Fazemos o que precisamos fazer para chegar ao nosso objetivo, e nos esquecemos de que nossas ações devem parar por aí. De nada adianta nos afligirmos tentando controlar o incontrolável. O tempo e o outro são incontroláveis. O outro vai agir da sua forma e no seu tempo. O tempo vai continuar seu compasso, imperturbável a nossos lamentos e aflições. Então, para que tanto desgaste, para que tanta queixa com nosso próximo, para que tanta irritação com o outro que tem seu próprio jeito e ritmo de agir? Façamos nossa parte, e a façamos bem feita. E saibamos entregar o restante à Vida. Podemos agir dentro do que nos cabe fazer, somente isso. O que não nos cabe, cabe a outrem, ou cabe ao próprio destino, à sorte, a Deus.
Hoje as pessoas se perdem profundamente na ansiedade e com isso afastam-se cada vez mais de si mesmas. A taquicardia, os tremores, as dores de cabeça, a irritação...tudo isso nos transforma em um ser completamente diferente do que realmente somos. Alguns exercícios mentais nos auxiliam a nos aproximarmos de nós mesmos novamente. Por exemplo: vamos nos sentar, buscar tranquilizar nossos pensamentos, olhos fechados, respiração mais lenta e mais profunda, e visualizar uma paisagem linda de nossa preferência, um lugar que nos seja agradável e nos traga paz. Vamos nos imaginar neste lugar, presentes, observando cada detalhe, cada cor, atento a cada ruído deste lugar que é inteiramente de paz. Imediatamente já nos sentiremos mais próximos de nós mesmos, mais calmos, menos escravos desse tormento ansioso. Com este exercício de forma frequente, aprenderemos a trazer para nosso dia a dia esta sensação que temos ao fazer essa visualização. Aprenderemos a entregar à Vida o que é da Vida, a confiar, a fazer nosso melhor com amor e alegria, e entregar o restante a Deus, ou, aos que não compartilham dessa crença, entregar às infinitas possibilidades o que não nos cabe realizar.
A ansiedade, irritação, taquicardia, apreensão...tudo isso não faz parte de nós. Nosso corpo, nosso batimento cardíaco, nossos órgãos, não foram criados para responderem bem neste quadro. Nós criamos estas sensações justamente quando nossas tribulações passam a nos controlar, a gerir nossas atitudes e sentimentos. Vale refletir, meditar, trabalhar e confiar, lembrando sempre de estarmos abertos à Vida com suas infinitas probabilidades!
"Oração da Serenidade
Deus, concedei-me,
A serenidade para aceitar as coisas que eu não posso modificar;
Coragem para modificar as coisas que posso, e
Sabedoria para saber a diferença.
Vivendo um dia de cada vez;
Desfrutando um momento por vez;
Aceitando as dificuldades como o caminho da paz;
Tomando, como ele fez, este mundo pecaminoso como ele e, não como eu gostaria que fosse;
Confiando em que ele fará todas as coisas certas se eu submeter-me a sua vontade.
Que eu possa ser razoavelmente feliz nesta vida;
E infinitamente feliz com ele para sempre na próxima.
Amém."
Luciana G. Rugani
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