Hoje, 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra.
Em 1695 morria Zumbi dos Palmares, líder da resistência negra à escravidão.
Muito tempo se passou de lá pra cá, e podemos dizer que até hoje nosso país vive sequelas por ter aderido a esse regime de tanta dor e sofrimento. Foram muitos anos de preconceito que geraram a exclusão dos negros das melhores oportunidades de estudo e trabalho, vivendo anos e anos à margem da sociedade.
Muito tempo se passou de lá pra cá, e podemos dizer que até hoje nosso país vive sequelas por ter aderido a esse regime de tanta dor e sofrimento. Foram muitos anos de preconceito que geraram a exclusão dos negros das melhores oportunidades de estudo e trabalho, vivendo anos e anos à margem da sociedade.
Hoje nossas leis avançaram muito. O preconceito é crime
inafiançável, mas infelizmente este avanço legal não caminha na mesma
velocidade da aceitação natural por parte da sociedade. A discriminação racial
é crônica em nossa sociedade. Há vários exemplos disso, entre eles o fato de
crianças negras ainda serem preteridas por famílias nos processos de adoção e o
número reduzido de negros ocupando cargos e profissões de vulto na sociedade.
Daí a origem de políticas públicas e medidas que buscam
amenizar esta problemática, e, entre elas, hoje muito se discute a política de
cotas raciais, questão polêmica que para muitos significa até mesmo maior
discriminação.
Penso que a situação ideal almejada é que todos tenham acesso às mesmas condições de estudo e preparo para que possam concorrer igualmente nos processos seletivos. Mas esta ainda não é nossa realidade, infelizmente. A igualdade, na prática, não vem no mesmo ritmo da igualdade legal. Vejo então este sistema de cotas como componente de uma fase de transição para consolidação de uma igualdade efetiva, um instrumento para sacudir nossa sociedade, despertando-a para essa aceitação verdadeira e exclusão de vez de todo resquício de preconceito que ainda resta, uma ferramenta para acelerar o combate a um problema crônico. É uma medida que busca compensar, transitoriamente, as dificuldades enfrentadas pelo negro na nossa sociedade. No futuro, com maior inclusão social efetiva, a sociedade estará mais madura, a participação será mais igualitária e aí sim poderá e deverá ser abolida esta medida, assim como outras medidas compensatórias que houverem.
Penso que a situação ideal almejada é que todos tenham acesso às mesmas condições de estudo e preparo para que possam concorrer igualmente nos processos seletivos. Mas esta ainda não é nossa realidade, infelizmente. A igualdade, na prática, não vem no mesmo ritmo da igualdade legal. Vejo então este sistema de cotas como componente de uma fase de transição para consolidação de uma igualdade efetiva, um instrumento para sacudir nossa sociedade, despertando-a para essa aceitação verdadeira e exclusão de vez de todo resquício de preconceito que ainda resta, uma ferramenta para acelerar o combate a um problema crônico. É uma medida que busca compensar, transitoriamente, as dificuldades enfrentadas pelo negro na nossa sociedade. No futuro, com maior inclusão social efetiva, a sociedade estará mais madura, a participação será mais igualitária e aí sim poderá e deverá ser abolida esta medida, assim como outras medidas compensatórias que houverem.
Para terminar, um vídeo com música e um trecho da poesia de Castro Alves, em homenagem a este dia:
"Eu sou como a garça triste
Que mora à beira do rio,
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.
Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.
Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho."
(Castro Alves)
As orvalhadas da noite
Me fazem tremer de frio.
Me fazem tremer de frio
Como os juncos da lagoa;
Feliz da araponga errante
Que é livre, que livre voa.
Que é livre, que livre voa
Para as bandas do seu ninho,
E nas braúnas à tarde
Canta longe do caminho."
(Castro Alves)
Luciana G. Rugani
Excelente reflexão!
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