A Praia do Forte, em Cabo Frio, tão famosa por suas águas claras e por ser uma das mais lindas praias brasileiras de areia branca, vem sofrendo triste degradação mais uma vez provocada por mãos humanas sem nenhum comprometimento com a preservação ambiental, aliada a um poder público também omisso e indiferente a essa questão.
Caminhar pelas areias de Cabo Frio atualmente requer atenção redobrada, pois o risco de acidentes com materiais cortantes presentes na areia é alto. Encontramos resto de materiais de construção, cacos de vidro, de garrafas de cerveja e refrigerante e até copo inteiro, além de restos de alimento, como sabugos de milho, restos de madeira e tampinhas enferrujadas. Restos de linha na areia são verdadeiro suplício para as aves que ali vivem. Observamos vários pombos com pés aleijados, alguns até decepados, devido à quantidade de linhas neles agarradas.
Ao permitir que a praia seja utilizada para descarte de resto de obras, o governo municipal mostra claramente que não vem exercendo seu poder de polícia administrativa em relação à destinação de resíduos, dever que lhe compete conforme determinação da Lei Orgânica Municipal.
Residuos de materiais de uso dos frequentadores refletem o grau de conscientização e educação. Sabemos que, quanto a isso, não basta a fiscalização efetiva do poder público. Nas áreas públicas de uso comum, como é o caso das praias, é imprescindível que haja a colaboração de todos os frequentadores e cidadãos. O poder público, sozinho em sua missão fiscalizadora, pode não conseguir resultado satisfatório neste caso. Mas, se além de fiscalizar, investir massivamente em trabalhos de conscientização junto aos frequentadores, poderá minimizar este problema. Pode-se, por exemplo, organizar um sistema de parceria com entidades particulares, ou de voluntariado, para ajudar a promover esta conscientização. Seria interessante um programa que envolvesse também os donos de quiosques, incentivando-os, por meio de premiação àqueles que mais se destacassem, a se engajarem na campanha. Os atendentes dos quiosques poderiam usar camisas com mensagens educativas e serem preparados para colaborar na conscientização. Além disso, outra medida importante seria preparar, treinar um número de guardas municipais especificamente para um policiamento de praias, como se fosse uma "polícia de praia", para agir com funções de conscientizar e fiscalizar.
É preciso que sejam tomadas medidas urgentes para recuperação deste patrimônio, impedindo a degradação que avança a cada dia. A natureza nos brindou com essa verdadeira riqueza natural, colocando-a em nossas mãos para dela cuidarmos com atenção e carinho, e, ao permitirmos que ocorra sua destruição, estamos simplesmente passando um atestado de insensibilidade, descaso e incompetência.
Luciana G. Rugani
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Copo jogado na areia |
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Cacos de vidro, sabugo de milho, restos de madeira |
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Restos de materiais de construção |
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Muitos cacos de vidro e de garrafa de refrigerante |
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Resíduo de obras |
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Restos de materiais de construção |
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Vista da areia com o mar ao fundo |
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Pura degradação |
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Vista da areia com a orla ao fundo |
Olá amigos cabofrienses, muito me entristece ver nosso patrimônio assim largado. Sim este lugar é nosso, acho que as pessoas pensam que o bem público é só dos governos e que só ele é o responsável. Falta-nos cultura para entender que É NOSSO e portanto também devemos preservar, cuidar e fiscalizar. Concordo qdo vc diz que a CONSIENTIZAÇÃO deve ser feita.. é por aí, os governos têm que fazer a parte deles, afinal pagamos impostos caríssimos, mas como cidadãos que queremos ser, devemos também cuidar... Imagina alguém chegando em nossa casa e encontrar papel, restos de comida, obras pelo chão e o visitante também começar a jogar tudo que não serve pelo chão, como ficará a casa? A cidade, o bem público é como nossa casa, devemos também preservar e respeitar os outros cidadãos que por ali passam, se não gostamos para nós, os outros também não vão gostar. Vamos lembrar que a cidade, a praia também é nossa, vamos cuidar e mostrar que somos cidadãos educados... O exemplo começa de casa.. É por aí... Beijinhos.. Beth Marge
ResponderExcluirO poder publico precisa entender que não basta a água apresentar qualidade satisfatória para ser liberada ao publico, ela também precisa ter constantemente a sua areia avaliada e nisso inclui algumas analises realizadas pelo órgão ambiental estadual, essa é uma boa oportunidade para as pessoas que não conhecem absolutamente nada de recursos naturais e estão a frente de algumas secretarias, terem de aprender um pouco e tentar fazerem a sua parte com menos emoção e mais conhecimento técnico, porem tem coisas que não se aprende fazendo intensivo.
ResponderExcluirPerfeito, Charles! Ótima colocação! O público precisa saber a qualidade da areia da praia que frequenta, isso é questão de saúde pública. Sei que isso envolve conscientização dos frequentadores, mas o poder público é o primeiro que deve fazer sua parte para poder exigir que os outros também a façam. E o monitoramento da qualidade da areia é o primeiro passo, dever primeiro de qualquer administração que realmente preze seus recursos naturais e zele por sua preservação. Infelizmente o que vemos é isso mesmo que você disse: desconhecimento técnico, e eu acrescentaria total falta de sensibilidade para a importância de se preservar um patrimônio natural tão rico.
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