Em ano eleitoral, as cidades começam a virar canteiros de obras. Ruas que não eram pavimentadas ganham pavimentação, praças são construídas, e por aí vai...é como se o próprio governo assinasse embaixo de sua incompetência administrativa reconhecendo o descaso com que tratou a população durante todo o mandato. Reivindicações antigas da sociedade, cuja carência causou contratempos e perdas irrecuperáveis, são atendidas a toque de caixa, em fim de mandato, sem o mesmo cuidado e mesma qualidade que teriam caso tivessem sido realizadas em tempo adequado. Tradicional exemplo é a pavimentação de ruas em locais que não possuem nem saneamento básico (sem implantação de sistema de esgoto, pois este não aparece). Jogam um asfalto de péssima qualidade que durará até a eleição e a população, ansiosa por melhorias, não vê que aquilo não é solução, pois com o tempo (aliás com pouquíssimo tempo) o asfalto estará todo desfeito e o dinheiro terá sido jogado fora. E ainda, no caso de futura obra para implantar o saneamento básico, terá que ser desfeita toda a pavimentação realizada, ou seja, é a mostra mais evidente de descaso com o dinheiro público. Obras que poderiam ter sido realizadas com calma e com qualidade, desde o início do mandato, são utilizadas para enganar os olhos do povo.
Pedidos da população, que durante o mandato só recebiam o silêncio como resposta, começam a ser atendidos, e os políticos, omissos, começam a ajudar com medidas necessárias, porém há muito desprezadas, mostrando-se prestimosos e eficientes. Pena que tanta boa vontade venha só em ano pré-eleitoral!
Aproveitam-se de duas importantes questões para assim agirem: 1º) uma população desacostumada a observar e analisar, de forma crítica, o proceder de seu governante, enquanto administrador, e desarticulada, omissa e desunida, que não se movimenta para reivindicar seus direitos; 2º) uma cultura arcaica introjetada em nossa sociedade desde o tempo em que éramos colônia: o colonizador como benfeitor, detentor do poder, ao qual todos devem agradecer pelas melhorias feitas, e o colonizado dependente, submisso, sem direitos, recebendo somente concessões, por parte do colonizador, pelas quais ainda tem o dever de ser grato.
Pedidos da população, que durante o mandato só recebiam o silêncio como resposta, começam a ser atendidos, e os políticos, omissos, começam a ajudar com medidas necessárias, porém há muito desprezadas, mostrando-se prestimosos e eficientes. Pena que tanta boa vontade venha só em ano pré-eleitoral!
Aproveitam-se de duas importantes questões para assim agirem: 1º) uma população desacostumada a observar e analisar, de forma crítica, o proceder de seu governante, enquanto administrador, e desarticulada, omissa e desunida, que não se movimenta para reivindicar seus direitos; 2º) uma cultura arcaica introjetada em nossa sociedade desde o tempo em que éramos colônia: o colonizador como benfeitor, detentor do poder, ao qual todos devem agradecer pelas melhorias feitas, e o colonizado dependente, submisso, sem direitos, recebendo somente concessões, por parte do colonizador, pelas quais ainda tem o dever de ser grato.
Valem-se da "memória curta" do eleitor, expressão que, na verdade, nada tem a ver com a memória em si, mas sim com a postura de total subserviência dos governados, cultura que ainda possui resquícios em nossa sociedade. A população esquece que o poder pertence a ela, que as pessoas são sujeitos detentores de deveres, mas também de direitos. Estes direitos são previstos constitucionalmente, não são concessões ou favores dependentes da boa vontade do governo. Daí a necessidade de observar e analisar, criticamente, no dia-a-dia, como está sendo conduzida a administração pública, o que está sendo feito, como está sendo aplicado o dinheiro, fiscalizar, discutir e participar efetivamente. A população deve ficar atenta ao cotidiano de sua região para não cair mais nos deslumbres das belas obras que costumam fechar os mandatos omissos com finalidade de despertar os adormecidos desavisados. Deve atentar também para o costume de muitos governos de impor condições, como, por exemplo, apresentação de título eleitoral para usufruir de serviços a serem prestados. Esta é uma das formas usuais de tentar coagir o eleitor a ser-lhe grato. A população deve abandonar a ideia primária de que o eleitor deve, com seu voto, ser grato ao governo que, utilizando máscara de benfeitor, tantas melhorias fez pela região. Não há que ser grato ao governante, isso não existe num país democrático e livre. O que existem são obrigações e direitos por parte de governantes e governados. E a obrigação do governante é trabalhar todos os dias, desde o dia da posse, para realizar obras e disponibilizar serviços de qualidade. É uma obrigação constitucional. Não pode ser utilizada como argumento para cobrar a gratidão do eleitor por meio do voto. O voto é simplesmente uma consequência da qualidade do trabalho realizado.
Já é hora da população acordar e saber distinguir entre quem realmente trabalha e quem só investe na maquiagem de período pré-eleitoral; perceber que não existe mágica que de repente transforme um governo omisso em solícito e pronto a atender as solicitações, e que o governo que assim age está usando as necessidades da população para crescer eleitoralmente visando sua manutenção no poder e consequentemente a continuidade de sua omissão.
Que os cidadãos estejam atentos, e saibam que NADA, mas NADA MESMO pode cercear nem direcionar sua liberdade de decisão. Esta é garantida por lei, pois já há muitos anos que nosso país é um país livre regido por uma constituição que diz: “Todo poder emana do povo e em nome do povo deve ser exercido”.
Luciana G. Rugani
Já é hora da população acordar e saber distinguir entre quem realmente trabalha e quem só investe na maquiagem de período pré-eleitoral; perceber que não existe mágica que de repente transforme um governo omisso em solícito e pronto a atender as solicitações, e que o governo que assim age está usando as necessidades da população para crescer eleitoralmente visando sua manutenção no poder e consequentemente a continuidade de sua omissão.
Que os cidadãos estejam atentos, e saibam que NADA, mas NADA MESMO pode cercear nem direcionar sua liberdade de decisão. Esta é garantida por lei, pois já há muitos anos que nosso país é um país livre regido por uma constituição que diz: “Todo poder emana do povo e em nome do povo deve ser exercido”.
Luciana G. Rugani
Esta placa acima diz tudo.
ResponderExcluirSó não vê quem não quer, pois o alerta foi dado.