Rua deserta, rua distante, rua próxima, rua principal. Tantas ruas, tantos caminhos e ele sem rumo. Ele para, está na rua deserta. Pensa, revê os caminhos, resolve seguir na "deserta", mas tem os olhos na "principal". Tenta chegar na principal, mas perde-se no tortuoso mapa. Cada rua uma paisagem, e ele, caminhante, cambaleante, resolve seguir assim mesmo, sem mapa, sem rumo, sem nada. Perdido nos sonhos do caminho, vai pela rua deserta, e já duvida do existir da "principal". Seria apenas fruto de sua mente imaginosa? Existiria larga, arborizada, feliz, com pessoas indo e vindo, compartilhando boas vindas, ou existiria cinzenta, estreita, com seres passantes e anônimos, perpetuantes de solidão? São sonhos, miragens, imagens. Ele vive na "deserta" e sonha com a "principal". Ela existe, sim, linda e amistosa, mas, na mente sonhadora do singular caminhante. Luciana G. Rugani