Noite...
A lua derrama seu brilho nas águas do mar,
Sem inquirir se ele assim o deseja.
E ele, indominável por natureza,
Nesta noite se rende aos desejos da lua.
Aceita serenamente os seus carinhos,
Abranda suas ondas,
E se deixa ficar.
Afora o leve sussurro das águas,
Agora é silêncio total,
E a garota, que na areia a tudo assiste,
Deslumbrada com o belo romance,
Mira a estrela longínqua
Buscando nela seu encanto perdido.
Já faz muitas noites que se foi o seu amor
E, de carona em seus pensamentos,
Transporta-se no tempo.
Há um ano encontrou um poeta...
Um poeta de contos e encantos,
de palavras doces, puro carinho.
A cada momento uma rima,
A cada encontro uma flor.
Mas eis que, em belo dia de sol,
quando, ansiosa, aguarda seu amado,
do peitoril da janela assiste a noite cair
seu poeta não veio...
se foi, talvez levado pela beleza da noite.
Volta ao instante presente,
E ao ver a lua, que agora mais alta se encontra,
E as águas, já escuras, sem o brilho da lua,
Entende a artimanha do amor...
Chega e vai de repente,
Mas deixa presente o encanto,
E assim se faz permanente
Que nem a lua,
Que nem o poeta.
Luciana G. Rugani
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