Rua deserta, rua distante,
rua próxima, rua principal.
Tantas ruas,
tantos caminhos
tantos caminhos
e ele sem rumo.
Ele para, está na rua deserta.
Pensa, revê os caminhos,
resolve seguir na "deserta",
mas tem os olhos na "principal".
Tenta chegar na principal,
mas perde-se no tortuoso mapa.
Cada rua uma paisagem,
e ele, caminhante, cambaleante,
resolve seguir assim mesmo,
sem mapa, sem rumo, sem nada.
Perdido nos sonhos do caminho,
vai pela rua deserta,
e já duvida do existir da "principal".
Seria apenas fruto de sua mente imaginosa?
Existiria larga, arborizada, feliz,
com pessoas indo e vindo, compartilhando boas vindas,
ou existiria cinzenta, estreita, com seres passantes e anônimos,
perpetuantes de solidão?
São sonhos, miragens, imagens.
Ele vive na "deserta"
e sonha com a "principal".
Ela existe, sim, linda e amistosa,
mas, na mente sonhadora
do singular caminhante.
Luciana G. Rugani
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